Doenças da pele em coelhos

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Se tiveres um coelho ou estás a pensar em adotar um como animal de estimação, este post vai ser interessante para ti. Deixamos cá alguns conselhos para que conheças as doenças da pele mais comuns em coelhos e aprendas a tratá-las corretamente.

Antes de começar, deves recordar que a pele e a pelagem só podem brilhar em todo o seu esplendor quando um animal está em boas condições de saúde e tem uma alimentação bem equilibrada. Se faltarem nutrientes na sua dieta, o pelo fica apagado, com pouco brilho ou perde-se em excesso. Se tiveres dúvidas podes consultar algum dos livros que existem para te orientares no cuidado dos coelhos ou fazer uma consulta no nosso consultório veterinário.

Doenças da pele em coelhos: parasitas externos

Ácaros da pele em coelhos

Os parasitas mais comuns nos coelhos são uns ácaros chamados Cheyletiella. Apenas podem ver-se no microscópio, mas é muito característica a perda de pelo com descamação branca sobre o lombo, com ou sem comichão. O tratamento é muito simples, já que será suficiente com aplicar uma dose de ivermectina oral ou injetável cada 15 dias. Também há que desinfetar o entorno para eliminar os ovos e os ácaros.

Ácaros das orelhas dos coelhos

Outro ácaro que traz problemas aos coelhos é o Psoroptes cuniculi, que provoca a sarna das orelhas. Nesta doença da pele em coelhos pode observar-se uma secreção castanha com crosta nos ouvidos com uma importante comichão que faz com que o coelho abane a cabeça constantemente e também podem ver-se as orelhas caídas pela incomodidade. Estes ácaros podem ser observados a olho nu. O tratamento é feito com ivermectina ou selamectina, igual que para a sarna por Cheyletiella. Não limpes as secreções dos ouvidos, porque resulta muito doloroso e de todos os modos irão desaparecer quando estiver curado.

Pulgas e piolhos nos coelhos

Outros parasitas externos como pulgas e piolhos podem ser controlados usando pipetas para gatos ou para gatinhos, segundo o tamanho do coelho. Também podes usar talco com carbamatos com a frequência que indicar o fabricante. É melhor não dar banho aos coelhos, dado que ficam tão estressados que já foram registadas mortes a causa do choque. Recorda que é muito importante manter a gaiola limpa e o leito seco para evitar que as baterias fiquem acumuladas no entorno.

Alopecia nos coelhos

A alopecia é outra das doenças da pele comum em coelhos na qual costumam aparecer calvas na pelagem, já que começam a arrancar o pelo. Em muitos casos, isto é devido a uma irritação da pele, embora possa também acontecer por stress, deficiências nutricionais ou quando as fêmeas prenhes removem o seu pelo para formar um ninho mole antes do parto. Os coelhos obesos ou com artrite não atingem a coçar algumas partes do corpo e podem arrancar os pelos da sua papada na desesperação por acalmar a irritação.

Acontece também que alguns animais ficam estressados quando têm que partilhar a gaiola com outros coelhos ou cobaias, mas não têm suficiente espaço, pelo que mordem e arrancam o pelo a si mesmos ou a algum companheiro.

Há que diferenciar a alopecia da perda normal de pelo por temporadas. Neste caso observa-se uma importante queda do pelo, até mechas, mas nunca fica uma zona totalmente calva. A solução é aumentar a frequência da escovagem para eliminar o pelo morto e assim evitar as bolas de pelo.

Se o teu coelho apresenta este tipo de sintomas, deverás tentar eliminar as causas do stress, aplicar algum tratamento para combater a irritação ou corrigir a sua dieta.

Outras doenças da pele em coelhos

Mixomatose

É uma doença muito contagiosa provocada por diferentes estirpes do vírus Mixoma, que é transmitido pela ação de mosquitos, moscas, pulgas e carraças ou por contato com secreções de coelhos doentes. Tem uma taxa de mortalidade bastante elevada, entre 30 e 99% nos coelhos europeus. Os sinais clínicos podem variar bastante segundo a estirpe que esteja a atuar, mas sempre aparece a falta de apetite, grandes edemas nas pálpebras, às vezes também na região perianal, nos lábios e na base das orelhas, nódulos subcutâneos no lugar de inoculação ou disseminados por todo o corpo os quais aparecem vários dias depois do contágio. Os olhos e o nariz apresentam uma substância muco purulenta que é muito contagiosa. Nalguns casos muito agudos o coelho morre sem apresentar sinais clínicos e em outros a morte pode ocorrer depois de 10 a 20 dias.

Em Espanha foi criada uma vacina contra esta doença que é muito efetiva e não causa efeitos secundários nos animais vacinados. Nos coelhos domésticos recomenda-se aplicar esta vacina na primavera e dá proteção durante 6 meses. Fala com o teu veterinário e pergunta sobre isto.

Pasteurelose

A causa desta doença é uma bateria chamada Pasteurella multocida, que se dissemina rapidamente por contato direto ou indireto, por aerossóis ou secreções de coelhos infetados.

Uma vez que a bactéria penetra no organismo aparecem diferentes tipos de doenças: vias respiratórias altas, pneumonia, infeção uterina (piometra), otite média, infeção dos testículos (orquite), abscessos subcutâneos, conjuntivite ou septicemia. A primeira forma é a mais comum e provoca espirros e uma secreção muco purulenta pelo nariz. No caso de afetar o ouvido interno, o coelho pode ficar com torcicolo se a doença não é tratada rapidamente.

A manifestação dermatológica é a formação de abscessos subcutâneos e por isso é incluída dentro das doenças da pele em coelhos. Aparecem nódulos sob a pele que podem expulsar um exsudado cremoso e ter fístulas que não fecham. O tratamento consiste em limpar os abscessos três vezes por dia com desinfetante e administrar antibióticos durante uma semana. Se isto não for suficiente, será preciso removê-los mediante cirurgia.

Em qualquer sintoma é necessário o tratamento com antibióticos e com isto os sinais clínicos costumam remitir, mas muitos coelhos ficam como portadores e voltam a padecer a doença durante a sua vida.

Dermatofitose

Esta doença da pele em coelhos é uma infeção produzida por fungos, especialmente o Trichophyton mentagrophytes, que é um microrganismo oportunista presente no chão. São mais frequentes coelhos portadores que doentes. Os sinais clínicos consistem numa zona da pele sem pelo, com crosta, com comichão, que costuma estender-se a outras partes do corpo. Às vezes aparecem infeções bacterianas secundárias.

O tratamento é realizado com aplicações de antimicótico localmente ou com griseofulvina por via oral. Esta última não deve ser usada em fêmeas prenhes. Toda a gaiola, cama e brinquedos devem ser desinfetados com cloro a 10% e é preciso uma boa ventilação. Algumas pessoas sensíveis podem contagiar-se, pelo que é recomendável usar luvas para manipular um coelho doente.

Vírus fibroma

É uma doença da pele em coelhos não muito difundida, causada por um vírus similar ao do mixomatose, mas muito menos nocivo. Nos coelhos afetados aparecem nódulos sob a pele nas patas, o focinho ou ao redor dos olhos que não costumam estender-se. Fora disto, o coelho está clinicamente normal e geralmente o tumor desaparece depois de uns meses. Nos recém-nascidos a infeção pode provocar tumores nos órgãos.

Vírus Papiloma

Este vírus, transmitido por mosquitos causa verrugas de queratina nas pálpebras e orelhas. Muitas vezes são arrancadas pelas coçadelas e cicatrizam sem problemas. É aconselhável remover as verrugas que não desaparecem sozinhas em 30 dias, dado que podem degenerar em tecido neoplásico.

Pododermatite ulcerativa

Esta doença da pele em coelhos é caracterizada por lesões nas plantas dos pés produzidas nas gaiolas de chão duro, abrasivos ou de arame. Pode aparecer uma úlcera, infetada ou não, sob o metatarso. Habitualmente é revestida por uma crosta, mas se for removida aparece um exsudado purulento. Para curá-las é necessário fornecer uma cama mole e seca ou colocar uma superfície de madeira sobre o chão de arame. As feridas são tratadas com cremes cicatrizantes, com zinco ou vitamina A e antibiótico. Se houver um abscesso ou infeção secundária será preciso que o coelho tome antibióticos por via oral. Os que estiverem muito afetados podem perder o apetite e debilitar-se até morrer.

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