A importância da desparasitação

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Temos de estabelecer um calendário anual de desparasitações, tanto internas como externas para protegê-los de forma efetiva, utilizando sempre produtos de qualidade e eficácia comprovada e assessorados pelo o nosso veterinário.

Quando falamos de parasitas devemos aplicar aquilo de é melhor prevenir do que remediar. É muito mais simples e recomendável manter sempre os nossos animais de estimação protegidos contra uma possível infestação antes que esperar a que apareçam e então começar a aplicar os antiparasitários.

Não os ver não significa que não existam. Os parasitas são difíceis de notar quando ainda são poucos e alguns requerem de provas específicas; se são facilmente detectáveis à simples vista sobre a pele (parasitas externos) ou nas fezes (parasitas internos), é sinal de que a infestação pode ser já bastante grave e, portanto, mais custosa de eliminar. No caso concreto das pulgas, podem chegar a serem realmente molestas e difíceis de erradicar. Reproduzem-se velozmente e invadem não apenas o nosso animal, mas também podem estender-se a zonas do lar (especialmente têxteis como tapetes e sofás), sentindo-nos obrigados a recorrer a potentes praguicidas para livrar-nos delas de forma definitiva.

Por que os parasitas são tão perigosos?

Os parasitas, quer sejam internos ou externos, debilitam os nossos amigos peludos e causam todo tipo de problemas, como picadas desagradáveis que podem causar afeções dermatológicas, mas o mais perigoso são as diversas doenças que transmitem, sendo algumas delas potencialmente mortais. Em ocasiões, as pulgas, os piolhos, as carraças e mosquitos atuam como intermediários dos parasitas internos, transmitindo-os através da picada ao hospedeiro final (cão, gato ou humano).

Entre as afeções habituais causadas por parasitas encontram-se as seguintes:

  • Erliquiose
    Trata-se de uma doença infecciosa transmitida a cães e humanos através da picada das carraças. Desenvolve-se em três fases: aguda, subclínica e crônica. Os sintomas costumam ser inespecíficos, durante a primeira fase incluem depressão, diminuição do apetite, vômitos, febre, anemia, epistaxe (hemorragia nasal), coxeadura, dificuldade na respiração, perda do peso, entre outros. São também frequentes as afeções oculares. Durante a segunda fase, o cão mostra-se assintomático, pode permanecer desta forma até cinco anos, se o sistema imune não for capaz de eliminar a ehrlichia. Nesse momento passa à fase mais grave da infeção, a crônica. Nesta última etapa pode aparecer debilidade, febre, palidez das mucosas, anorexia, perda de peso, depressão, inflamação nos rins, edemas, insuficiência renal, inflamação renal, inflamação ocular e até transtornos neurológicos. Uma vez atingida a fase crônica, a doença pode chegar a ser mortal.
  • Leishmaniose
    Afeta principalmente os cães, mas em zonas de forte incidência pode afetar também outros mamíferos como gatos, cavalos e pequenos roedores. Espanha, e especialmente toda a costa do Mediterrâneo, é zona endêmica desta doença. Estima-se que aproximadamente 10% da população canina está infetada. A leishmaniose é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito-palha. Muitos cães infetados não mostram sintomas durante meses, anos e até podem não os manifestarem em nenhum momento e manter-se apenas como portadores, atuando como foco de transmissão indireto, já que cada vez que um mosquito-palha picar um animal infetado, poderá contagiar o resto de cães que picar depois (apenas é transmitida através da picada). A evolução da doença depende da reação que tiver o sistema imunológico de cada indivíduo perante a infeção.

     

    Os sintomas são muito diversos, podemos encontrar perda de pelo, feridas na pele que demoram a cicatrizar, epistaxe, perda de peso e problemas digestivos, entre outros. Nos casos mais graves, com órgãos internos afetados, é habitual que apareça uma insuficiência renal, sendo um agravamento disso a principal causa de falecimento entre cães infetados de leishmaniose. Esta doença não tem cura, mas existem tratamentos para reduzir os sintomas e o animal pode fazer vida normal em muitos dos casos. No entanto, os parasitas permanecem no corpo toda a vida e podem aparecer recaídas.

  • Anemia infeciosa felina
    Conhecida também como hemoplasmose ou micoplasmose, é uma doença parasitária transmitida através de pulgas, carraças e mosquitos, embora possam contagiar-se também através de mordidas ou feridas entre os gatos. As bactérias causantes desta doença aderem-se aos glóbulos vermelhos do sangue, o que faz com que os anticorpos criados pelo sistema imunológico do animal destruam essas células para combater a infeção. A eliminação de muitos glóbulos vermelhos produz anemia nos gatos. Se não for tratada a tempo por um veterinário, pode chegar a ser mortal. Afeta mais gravemente gatos que já padecem de doenças imunodepressoras. Entre os sintomas encontramos diminuição de apetite, febre, depressão, debilidade, cor pálida e perda de peso.
  • Dermatite alérgica (DAPP)
    É a afeção mais comum causada pelas pulgas e um dos problemas dermatológicos mais frequentes nas consultas veterinárias. A picada da pulga é sempre incómoda e causa irritação, mas muitos animais são especialmente sensíveis à saliva deste parasita. A comichão e a dor que sentem provoca-lhes vontade de coçar-se sem parar, e podem até chegar a provocar-se feridas neles próprios. A DAPP provoca alopecia, comichão generalizada, erupções, crostas, seborreia, escurecimento da pele nas zonas afetadas e em ocasiões lesões de pioderma.
  • Dipilidiose
    É produzida por um pequeno parasita interno, é muito frequente na Espanha e pode chegar a contágiar humanos. As pulgas e piolhos albergam no interior a fase larvar deste helminto e os nossos animais de estimação são contagiados ao ingerir uma pulga/piolho enquanto estão a lamber-se ou a coçar-se com os dentes. Neste momento, o Dypilidium  desenvolve-se nos intestinos com forma de verme. O primeiro sintoma da presença de Dypilidium costuma ser o nosso animal a esfregar o traseiro pelo chão, já que tenta aliviar a irritação que lhe provocam os parasitas no final do intestino. Podemos também observar pequenos vermes brancos nas fezes, no pelo e nos espaços onde costuma descansar. Esta infeção provoca mal-estar, perda de peso e variadas complicações digestivas.
  • Filariose
    Trata-se de uma doença potencialmente mortal que afeta principalmente os cães, mas pode também afetar os gatos e outros animais. Transmite-se através da picada dos mosquitos e, tal como a leishmaniose, está estendida na Espanha, aumentando cada ano os casos registados. É causada por vermes de 15 a 40 cm que se alojam no coração e artérias pulmonares nos nossos animais de estimação, obstruem os grandes vasos que saem do coração e afetam o funcionamento das válvulas cardíacas. Pode provocar lesões que afetam os órgãos importantes como os pulmões, o fígado e os rins. Os sintomas podem demorar anos a se manifestar e incluem falta de apetite, cansaço, perda de peso, enfraquecimento, hemorragias nasais, tosse, edemas e problemas respiratórios. Se não for tratada, pode causar a morte.

Muitas doenças que transmitem os parasitas têm tratamentos custosos e de duração prolongada, requerem acompanhamento e analíticas de controlo. No caso concreto da leishmaniose implica uma indicação de tipo quimioterápico bastante agressiva para o animal e comprimidos toda a vida para controlar os níveis. Os antiparasitários são uma inversão que nos fará poupar a longo prazo muitos sofrimentos tanto a nós como aos nossos peludos.

Os melhores antiparasitários para cães e gatos

Existem no mercado muitos produtos para proteger os nossos animais. Novamente temos de recordar outro ditado popular, o barato pode sair caro, e é que não devemos poupar em algo tão importante como é a saúde dos nossos animais de estimação. Aplicar produtos de duvidosa eficácia e procedência pode ser inútil, além de pormos em perigo a vida deles, já que trata-se de potentes substâncias químicas que aplicamos no organismo de forma tópica ou oral. Se tivermos dúvidas sobre algum produto devemos consultar o nosso veterinário.

Os produtos que vamos usar vão depender de cada caso concreto. Se vivemos numa zona rural ou urbana, se fazemos excursões frequentes ao campo, a época do ano (deve-se aplicar mais nos meses calorosos…) No caso dos gatos, embora não saiam de casa, é importante mantê-los protegidos, já que os parasitas podem chegar a eles através da nossa roupa ou calçado (algo mais frequente do que pensamos), ou se temos cão, através dele.

À hora de escolher um produto devemos por atenção especialmente contra quais parasitas protege e durante quanto tempo faz efeito.

Para protegê-los contra parasitas internos, podemos optar pelos seguintes produtos:

  • Comprimidos. A frequência de administração pode variar entre mensal e trimestral, segundo o produto. As mais usadas são Panacur comprimidos, Mibemax, Drontal e Zypiran (em cães). Todos eles protegem tanto de vermes redondos (nematódeos) como achatados (cestódeos). Droncit comprimidos é eficaz apenas contra vermes achatados.

  • Pasta oral. Útil sobretudo para os gatos que têm dificuldade em tomar comprimidos. A mais usada é Panacur pasta oral, eficaz perante vermes redondos e achatados.
  • Pipetas. Também podemos combater os parasitas internos mediante ampolas spot-on, as mais comuns são Profender spot-on (em gatos), protege contra vermes redondos e achatados; e Stronghold spot-on, eficaz contra vermes redondos, ácaros, sarna e pulgas.

A variedade de produtos contra os parasitas externos é muito extensa. Devemos escolher um produto que tenha efeito inseticida e não apenas repelente, quer dizer, que não só afugente os parasitas mas também os elimine. Se for possível, ambas as coisas. Alguns dos mais eficazes são os seguintes:

  • Coleiras. Confortáveis e com uma duração que oscila entre os 3 e os 8 meses. As mais usadas tanto em cães como em gatos são Seresto (contra pulgas, carraças e piolhos), Preventef (contra pulgas e carraças) e exclusivos para cães encontramos Taber, Scalibor (contra pulgas e carraças, ambas repelem todos os tipos de insetos incluindo mosquitos) e Prevender (específica contra pulgas; previne também carraças).
  • Pipetas. São um produto relativamente inovador, de rápida aplicação e a sua duração pode variar entre 2 e 6 semanas, o mais habitual é uma aplicação mensal. Entre as mais eficazes encontramos Advantage (apenas contra pulgas), Flevox Fipronil (pulgas e carraças), Effipro (pulgas e carraças), Frontline (duas apresentações: spot-on e combo; contra pulgas, carraças e piolhos) e exclusiva para cães Advantix com efeito repelente contra os mosquitos, além de eliminar pulgas e carraças. Recentemente chegou ao mercado uma nova pipeta chamada Vectra 3D (apenas para cães) que oferece proteção contra pulgas, carraças, mosquitos e moscas.

  • Sprays. A sua ação é imediata e estão indicados especialmente quando o animal já está infetado por parasitas. A aplicação é mais complicada já que deve-se pulverizar a contrapelo, para chegar em todas as zonas. A absorção demora um bocado. Os mais conhecidos tanto para cães como para gatos são Frontline Spray, Bolfo e Effipro Spray, são eficazes contra pulgas, carraças e piolhos.

Sempre devemos ler e seguir as instruções de uso e consultar qualquer dúvida com o nosso veterinário. Ele poderá aconselhar-nos o produto mais adequado para a nossa situação e os hábitos dos nossos peludos. Nós devemos mantê-los protegidos durante todo o ano, mas nos meses de mais calor é aconselhável combinar mais de um produto inseticida para parasitas externos, por exemplo pipetas e coleira.

A saúde deles está nas nossas mãos, eles merecem os melhores cuidados e confiam em nós para os mantermos saudáveis e felizes.

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